A prefeita do Ipojuca, Célia Sales, fez um pronunciamento nesta sexta-feira (27) anunciando que diante da situação de fragilidade social em que os ipojucanos, que vivem do Turismo e do comércio, estão passando por conta da epidemia do Coronavírus, ela decidiu cortar 30% do próprio salário e 10% dos salários da vice-prefeita, secretários municipais e alguns cargos comissionados. A prefeita também anunciou que enviou para a Assembleia Legislativa um pedido de decreto de estado de calamidade pública, já que, segundo a legislação eleitoral, apenas com esta aprovação é possível criar novos programas sociais que contemplem quem mais foi prejudicado com esta pandemia.
O valor bruto do subsídio da prefeita é R$19 mil, da vice-prefeita R$9.500, os secretários do Ipojuca recebem R$14.500 e os demais cargos comissionados que sofrerão a redução são os que recebem entre R$12 mil a R$3.076. Alterando o salário dela e de parte da sua equipe de governo até que esta crise termine, o montante que será economizado, a partir de abril, com a decisão da prefeita é de R$672.282,15 por mês. “É preciso que a Assembleia aprove o decreto de calamidade para que a gente consiga fazer este corte e poder usar este recurso em prol de milhares de pessoas”, explicou Célia Sales.
No vídeo postado nas redes sociais da Prefeitura do Ipojuca, Célia Sales também informa à população que enviou para a Câmara dos Vereadores uma solicitação de que fossem devolvidos à conta única da Prefeitura o valor de R$ 4 milhões correspondente à disponibilidade financeira do exercício de 2019 e que, por lei, não pode ser utilizado em 2020. Com esta devolução é possível, por exemplo, distribuir cestas básicas neste momento de ausência de renda para os trabalhadores. A gestora também fez um apelo para que os vereadores, destinem as emendas parlamentares para as áreas de Saúde e Assistência Social, cuja demanda só cresce por conta das ações de combate ao Coronavírus.
A prefeita também fez um apelo aos políticos do município: “Nunca passamos um momento como este. O momento é de união. É preciso que cada um pense o que podemos fazer pelo outro. Venho aqui hoje, encarecidamente, pedir que os palanques em Ipojuca cessem, pois nós não sabemos o dia de amanhã. Ainda vai vir muita dor. Não é momento de fazerem política com a dor do outro. Vocês não vão me ver usando da política, pois se fosse para isto, teria tomado medidas e mais medidas e nem posso, pois estamos em ano eleitoral.” Ela também se emocionou ao lembrar das medidas restritivas duras que teve que tomar para evitar que o Coronavírus se espalhasse, principalmente em Porto de Galinhas que recebe tantos turistas estrangeiros. E quando falou sobre a realidade de tantos que não sabem como “trazer o alimento para casa”. Pediu a solidariedade de cada um, citou o “sangue de guerreiro” que está descrito no hino do Ipojuca e afirmou que é com ele que atravessarão esta crise.
OUTRAS MEDIDAS
A Prefeitura do Ipojuca, tinha enviado para a Câmara um projeto que altera a lei municipal para que fosse flexibilizada os critério de pagamento do Bolsa Escola e evitar assim a suspensão do benefício neste momento em que as aulas da rede pública estão suspensas. Os vereadores acataram a decisão e aprovaram a modificação na lei. Cerca de 19 mil famílias, que correspondem aos 24.200 alunos, terão garantidos os recursos de R$130 para quem tem um filho e R$160 para quem tem dois ou mais. O programa original condiciona o recebimento a 95% da frequência escolar.
Em relação ao combate ao Coronavírus, as ações de fiscalização continuam em todo município; o litoral continua fechado; o comercio também; e foram intensificadas as distribuições das cestas básicas para os 8.900 beneficiários do cadastro da Assistência Social. Nos últimos dois dias os agentes da Autarquia de Trânsito Municipal aumentaram o número de ações de desinfecção dos transportes públicos municipais. A limpeza é feita com jatos de cloro a 10%.
*crédito da foto: divulgação Prefeitura do Ipojuca
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