Estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Santo Cristo, do Ipojuca, participaram de atividades educativas, esta semana, no Engenho Massangana, zona rural do município. Eles conheceram a Casa-Grande e a Capela de São Mateus, que ficam em uma área de dez hectares, às margens da PE-60, entre os municípios do Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
Palestras e orientações sobre a história do engenho foram dadas para os alunos, que também puderam estudar de perto o baobá – árvore símbolo do Ipojuca. A iniciativa foi organizada pela Secretaria de Educação do Ipojuca, por meio da Diretoria de Segurança Escolar (DSE). Os alunos foram acompanhados pelo diretor de segurança escolar, Helmiton Francisco, e por um grupo de professores.
Engenho Massangana
O nome do engenho está ligado ao Riacho Massangano, que corria na região e servia para o transporte do açúcar até o porto. A palavra, de origem africana, significa foz, lugar onde rios se juntam. Painel afixado na área do pátio interno explica aos visitantes que a forma feminina – Massangana – aparece pela primeira vez no livro Minha Formação.
Localizado entre os municípios do Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, o Engenho Massangana fica aberto da terça-feira ao sábado, das 9h às 16h30, com entrada gratuita e mediadores para acompanhar o público. Só as escolas precisam agendar previamente.
O Engenho está aberto ao público desde dezembro de 2010, depois de passar por obras de restauração. No casarão de 765 metros quadrados, construído no início do século 19, a Fundação Joaquim Nabuco, que administra o espaço, montou a exposição permanente Massangana e Nabuco – O tempo revisitado.
A mostra é uma aula de história com uma hora e 40 minutos de duração e extrapola as paredes da casa-grande. Logo na chegada, ainda no quintal, o visitante se depara com uma moenda enorme de madeira. A almanjarra, confeccionada em 1875, veio do Sertão da Bahia e foi usada no filme Abril Despedaçado.
Na casa-grande, a fundação recriou os ambientes típicos de uma família escravocrata do século 19. Cadeiras de palhinha, espelhos e relógios decoram a sala principal. O quarto do casal está mobiliado com cama, cômoda e móvel de apoio para o lavatório e o penico.
Os móveis vieram da reserva técnica da fundação, do Museu do Estado de Pernambuco e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. A única exceção é uma mesinha, cedida pelo Instituto Arqueológico e colocada na sala de jantar, que pertencia ao engenho nos anos em que Nabuco viveu lá.
De dimensões generosas, a sala de jantar é composta de uma mesa pronta para o almoço ou a ceia e uma cristaleira. Nela, e em todos os cômodos, o visitante encontra um banner com frases tiradas do livro Minha Formação, publicado em 1900 por Joaquim Nabuco, no qual ele relata vivências no engenho, onde morou com os padrinhos até os 8 anos de idade.
Joaquim Nabuco
Político e diplomata, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849-1910) nasceu no sobrado de número 147 da Rua da Imperatriz, Centro do Recife. Apesar de educado numa família escravocrata, tornou-se abolicionista e lutou em favor dos escravos. O casarão da sua infância, situado no km 10 da PE-60, entre Ipojuca e Cabo, foi desapropriado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 1972 e doado ao governo do Estado em 1983.
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