Pescadores do Ipojuca ganharam um pouco mais de conhecimento sobre a vida marinha, nesta sexta-feira (10). O Projeto Estadual de Gestão e Acompanhamento (PEGA) do Peixe-Leão, em parceria com a Prefeitura do Ipojuca, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano, apresentou uma palestra sobre a espécie de peixe invasor no oceano Atlântico, o peixe-leão. A primeira reunião, na Colônia de Pescadores Z-12, em Porto de Galinhas, teve como principal objetivo levar conhecimento para os profissionais, a maneira certa de capturar e registrar informações como tamanho, peso, idade, reprodução e o ambiente que o animal está habitando na região marinha da costa do Estado de Pernambuco.
Originários do Indo-pacífico, com suspeitas de chegada ao Brasil através de correntes marinhas do Caribe, as primeiras ocorrências do peixe-leão no Brasil foram registrados no Rio de Janeiro em 2014, sendo encontradas no Estado de Pernambuco em 2023. No litoral sul, já foram vistos em Porto de Galinhas, Tamandaré, Serrambi, São Miguel dos Milagres e Barra Sirinhaém. “Essa região de Porto de Galinhas é essencial para gente iniciar todo esse processo de pesquisa, pois existem vários fatores que colaboram, como pescadores, turistas, jangadeiros e, principalmente, os mergulhadores”, explicou o professor do departamento de oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcelo Nóbrega.
Apesar de soltar veneno em seus espinhos e não ter nenhum predador para controlar a população da espécie, os peixes-leão dificilmente são encontrados nas áreas de banhos. Ainda de acordo com Marcelo, “é muito raro encontrá-los nessa área rasa do mar. Eles ficam em uma área um pouquinho mais distante da costa e mais profunda”, explicou. Para o pescador e presidente da Colônia de Pescadores de Porto de Galinhas, Alberto José da Silva, “é muito importante ganhar mais conhecimento na nossa área de trabalho. Saber o que fazer na hora que encontrarmos algum da espécie”, disse. Já para Rogério Augusto, Coordenador do Núcleo de Educação Ambiental, “esse é um momento de conscientização e de estudo sobre os peixes que temos em nosso litoral. É importante pegar esses exemplares que aparecem para que não exista a proliferação. Essa parceria com a universidade está sendo essencial caso haja alguma nova ocorrência”, disse.
Crédito das fotos: Agnaldo Silva
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