Entrevista com Amanda Pimentel, coordenadora de Atenção à Saúde Mental do Ipojuca
O mês de setembro passou, mas não podemos deixar passar a importância de falarmos sobre saúde mental, sempre. A Prefeitura do Ipojuca tem atendimento sobre o tema durante todo o ano. Entrevistamos a coordenadora de Atenção à Saúde Mental, Amanda Pimentel, que respondeu algumas dúvidas comuns a todos sobre a prevenção ao suicídio.
– Que sinais as pessoas que tentam cometer suicídio costumam apresentar e como podemos identificar?
Devemos ficar atentos às pessoas que estejam apresentando pensamentos sem esperança, mudança de comportamento que apresenta humor deprimido, angústia e instabilidade emocional. Outras características são: desapego a vida e comportamentos perigosos, como se não desse valor à vida.
– Como lidar com as pessoas que já deixaram clara a vontade de cometer suicídio?
Em casos de suspeita ou confirmação que há ideação suicida é importante procurar uma Unidade de Saúde mais próxima e pedir ajuda. Além disso, ter um cuidado maior com essa pessoa, mostrando que a vida sempre será a melhor solução independente da situação em que esteja passando. Acolhendo e não julgando.
– Quais são os fatores de risco que podem levar uma pessoa ao suicídio?
Doença mental, pessoas não diagnosticadas, ou não tratadas de forma adequada. Se destacam: depressão, alcoolismo, abuso\dependência de outras drogas, esquizofrenia. Também pessoas que já tentaram cometer suicídio outras vezes, e que sentem desamparo social.
– Como conseguir atendimento e para onde encaminhar as pessoas com ideação ou tentativa de suicídio aqui no município?
Procurando um posto de saúde mais próximo da sua residência e solicitando uma consulta. Temos o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h as 16h, acolhendo os usuários e referenciando para outras unidades caso haja necessidade.
– Que tipos de ações a Prefeitura fez no setembro amarelo, e quais continuarão sendo feitas?
Ao longo do mês de setembro fizemos palestras e rodas de conversa nas escolas, empresas, unidades de saúde, hotéis, orientando a respeito do tema. Ofertamos também atendimento psicológico em ações nas ruas através do projeto “Escuta na Praça” para população que necessitava de atendimento. Fizemos panfletagem nas praias, comércio, ruas do Município.
Houve também, a primeira reunião do “Comitê de Prevenção e Posvenção ao Suicídio e Saúde Mental”, contou com a participação de outras secretarias do município. O Comitê será de grande importância para criar estratégias de tudo que é referente a Política de Atenção à Saúde Mental. E para finalizar a campanha, fizemos uma grande Caminhada em Valorização à vida, pelas ruas do Ipojuca, junto a profissionais de Saúde, usuários e demais secretarias.
– Qual a importância de falar em suicídio e saúde mental? Esses assuntos deveriam ser abordados nas escolas? Se sim, existe uma ideia de parceria com a Seduc?
Uma das formas mais eficazes para se combater o suicídio é falando sobre ele, compartilhando informações e conscientizando sobre a importância da prevenção do suicídio, que atualmente ocupa a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 16 e 29 anos. É de grande relevância abordar esta temática nas escolas, para que os jovens compreendam as alternativas de cuidado que existem para tratar de ideações suicidas, bem como identificar e oferecer ajuda em caso de alguém próximo esteja passando por momentos difíceis e de crise.
A Secretaria de Saúde está sempre próxima a Secretaria de Educação, as campanhas alusivas são sempre vivenciadas nas escolas, por compreendermos a importância da Educação em Saúde para o combate a situações como esta.
Crédito das fotos: Arquivo pessoal
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